terça-feira, 4 de novembro de 2014

Resumo: Sobre o pensamento de Émile Durkheim em especial com o livro "O suicídio"


Para ajudar com meus próprios estudos resolvi criar uma espécie de guia rápido, um resumo sobre o autor Émile Durkheim para facilitar os estudos. Eventualmente virão novos posts sobre autores. Se interessar, que te ajude também! Utilizei para escrever o resumo livros, artigos e vídeos-aula do youtube. Vou iniciar contextualizando o autor para depois entrar no livro "o suicídio" de 1897.

-Durkheim (1858-1917) é francês e um dos autores que ajudaram a difundir o pensamento sociológico. Estava emerso a um contexto emergente da sociedade capitalista industrial do séc. XIX, as crises econômicas, o conflito entre burguesia e proletariado, a exclusão da terra dos camponeses, o surgimento de problemas urbanos e ambientais devido ao rápido crescimento populacional, a Comuna de Paris, entre outros acontecimentos que refletiram na obra de autor. Durkheim acreditava que esses problemas não eram de natureza econômica, mas sim da fragilidade moral na conduta adequada dos indivíduos. Dessa forma, o sociólogo francês demonstrava estar preocupado em desenvolver uma ciência que ajudasse a encontrar repostas para as patologias sociais. Uma ciência social que pudesse encontrar, através de investigações empíricas, novas ideias morais que tivesse a capacidade de guiar a conduta dos indivíduos. Durkheim acreditava que o sociólogo tinha as mesmas funções de um médico, isto é, diagnosticar as causas dos problemas e encontrar remédios para as doenças sociais.
O autor vai dizer que o suicídio tem um caráter social, cultural. O meio em que o indivíduo vive ou a cultura que recebeu vai contribuir para a questão do suicídio. Ele vai buscar entender através dos dados de alguns países, aspectos morais, culturais de um povo para o qual o suicídio é mais forte em um povo do que em outro. 
-Durkheim vai dizer que o suicídio é um fator social. Dessa forma, vai pegar as taxas de suicídio e vai relacioná-las com a integração da sociedade. Para ele o fato do suicídio é sociológico. 
-Vai concluir em seus estudos, por exemplo, que no verão, as pessoas se suicidam mais, contudo, o fator climático não tem influência explicativa. Vai dizer que "se os suicídios aumentam no verão não é porque o calor exerce uma influência perturbadora nos organismos, mas porque a vida social se torna mais intensa." Sendo assim, não é o meio físico que estimula diretamente os suicídios, este depende de condições sociais. 
-Dessa forma, Durkheim investiga vários fatores para saber se eles tem incidência no número de suicídios de cada região, como o fator climático, a hereditariedade, etc. Contudo, nenhum tem influência direta em tal.
-Primeiro se demonstra que em cada grupo social a uma tendência para o suicídio que não pode ser explicada mediante a constituição orgânico-psíquica e nem mediante a natureza do meio físico. Dependendo de causas sociais. Sendo assim, vai indagar sobre o Estado de diferentes meios sociais (confissões religiosas, família, sociedade política, grupos profissionais, etc) em função dos quais eles acredita ter incidência na variação do suicídio. Conclui-se entre outras coisas que os protestantes se suicidam mais que os católicos. E que os judeus menos que ambos. 
-Durkheim vai estudar o indivíduo perante a sociedade - vai dizer que o indivíduo é fruto da sociedade (seus pensamentos, ideias). Sendo assim, o padrão da sociedade se impõem perante o indivíduo. 
-Durkheim vai tentar provar que o suicídio é um fato social, ou seja, qualquer coisa que exerce influência e que acaba formando o indivíduo. Ou seja, qualquer coisa que faça definir, impor sobre o sujeito um modo de comportamento, um padrão social, político, uma moral, uma ética. Acreditando que todo pensamento só chegou até você através dos fatos sociais. O fato social impõem suas ideias através da chamada força de coerção que ocorre através das regras morais, onde você adota ideias através do padrão cultural, do costume, uma questão religiosa, familiar, que vem de padrões definidos no âmbito religioso ou cultural.
-O padrão de comportamento do indivíduo viria da sociedade (externa) para com o indivíduo, sendo assim, é ela que determina através dos fatos sociais se um indivíduo vai cometer suicídio ou não. 
-A força coercitiva vem das regras jurídicas, institucionais, legais - que são forças coercitivas que ajudam a definir padrão de comportamento (As regras jurídicas dependem das regras morais). Por exemplo, o que determina que eu não posso matar outra pessoa? Ora, as regras morais que se efetivam em regras jurídicas, uma esta ligada a outra, influenciando diretamente os indivíduos. 
-Durkheim conclui também que as pessoas se suicidam mais na área urbana do que na rural.
-Para ele existem 4 tipos de suicídio: o egoísta, o anômico, o altruísta e o fatalista.
-O suicídio egoísta é quando há o isolamento excessivo, quando a pessoa é separada do grupo. Neste tipo de suicídio há enfraquecimento dos laços sociais, da identificação com o próximo e da solidariedade individual para com o próximo.
- O suicídio altruísta é o contrário do egoísta. Acontece quando há apego excessivo, quando a identificação é tão forte que suas próprias vidas não tem valor independente. 
-O suicídio anômico: acontece em momentos de desorganização social, em condições de anomia ou ausência de normas. Em situações de anormalidade nas quais os valores e tradições de referência são abalados.
- O suicídio fatalista: acontece nas sociedades onde há alto grau de controle sobre as emoções e motivações de seus membros. 
-Os suicídios anômicos e egoístas são típicos das sociedades modernas. O primeiro é característico da falta de coesão e o segundo da falta de significado.  Os dois são interconectados e associados à inovações tecnológicas e a atividades industriais onde há intensa divisão do trabalho.
-As características gerais dos suicídios são aquelas que resultam imediatamente de causas sociais. 
-O suicídio é em essência um fenômeno social.  O suicídio é um fato social ligado a motivações de natureza coletiva, externa e não estritamente individual. 
-Durkheim dessa forma estuda fatores que para ele tornam a sociedade coesa e com grau de moralidade elevados. 
-Nas sociedades modernas, a  consciência individual é mais elevada e acentuada, o que resulta em um maior grau de autonomia e liberdade de ação. De acordo com Durkheim, porém, o individualismo, que para muitos pensadores é considerado desagregador da ordem social (como para Marx, que quanto mais isolado o indivíduo mais se geraria uma anomia social, ou seja, a barbárie), para Durkheim é um fator benéfico para a integração social à medida que contribui para a progressiva diferenciação social, que se manifesta através da divisão do trabalho social. A divisão do trabalho social (que deve ser entendida como a proliferação das diferentes profissões e da variedade de atividades industriais) acaba provocando uma crescente interdependência entre os indivíduos. Sendo um fator positivo para a integração social uma vez que gera maior funcionalidade. Ou seja, resumindo: Durkheim acredita que quanto mais individual se torna mais ele se fortalecerá, mais a sociedade defenderá ou evitará a anomia social. Quanto maior o isolamento, mais especializa-se e a sociedade por si só acabaria dividindo cada vez mais as responsabilidades e as tarefas, assim, seriam ampliadas as necessidades de ligação de um elo com o próximo também.

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